Aparecida de Fatima Bueno concluiu o doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas em 2000. Desde 2003 é docente da Universidade de São Paulo. Em 2010, tornou-se Professora Associada, depois de prestar Livre-Docência e defender a tese "Figurações da História na Literatura Portuguesa. Tornou-se Professora Titular em 2019. De 2013 a 2015 foi diretora do Centro de Estudos e Culturas de Língua Portuguesa (CELP), e vice-diretora de 2015 a 2017. Também foi coordenadora da Licenciatura em Letras da FFLCH-USP (2015-2017). Além de artigos em periódicos especializados e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior, tem participado da organização de livros, revistas e eventos dentro da área de Literatura Portuguesa e Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Já orientou vários trabalhos em nível de iniciação científica, além de mestrado e doutorado. Responsável também por supervisão de pós-doutorado. Suas pesquisas exploram as relações entre Literatura, História e Cultura, com enfoque na Literatura Portuguesa e os diálogos entre Literatura e Cinema no Portugal Contemporâneo. É líder do grupo de pesquisa Colonialismo e pós-colonialismo em português (CPCP). Realizou sua última pesquisa de pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa, de novembro de 2019 a janeiro de 2020, com bolsa da Fapesp.
2019 - Atual Memórias da Resistência na obra de Diana Andringa
Descrição: A produção documental da jornalista Diana Andringa se caracteriza por uma revisitação crítica do salazarismo, iniciada no período em que trabalhou na RTP, de 1978 a 2001, e que se acentua a partir de seu desligamento da emissora, quando passa a atuar como documentarista independente. Da primeira fase, destacam-se Goa, 20 anos depois (1981), a série televisiva Geração de 60 (1989), Aristides de Sousa Mendes, o cônsul injustiçado (1992) e Humberto Delgado, obviamente assassinaram-no (1994); os dois últimos realizados por Teresa Olga, com argumento de Diana Andringa. A partir de 2001, sobressaem os documentários relacionados ao passado colonial português: Timor, o sonho do crocodilo (2002), As duas faces da guerra (2007), em parceria com o cineasta guineense Flora Gomes, Dundo, memória colonial (2009), Tarrafal, memórias do campo da morte lenta (2010), Operação Angola: fugir para lutar (2015) e, recentemente, Guiné-Bissau: da memória ao futuro (2019). Uma visada neste corpus revela, de um lado, a coerência do conjunto da obra de Andringa em sua atuação como documentarista na busca por resgatar personagens e fatos históricos silenciados durante o Estado Novo, desde o período em que atuava na RTP; de outro, sobressaem documentários que têm como enfoque as lutas pela independência das antigas colônias portugueses, com destaque para os países africanos. Nosso objetivo, a partir de um levantamento mais completo e da sistematização dessa obra, é o de refletir sobre o seu papel no processo de revisitação do passado português no último século. O projeto está articulado com o grupo de pesquisa que coordeno, Colonialismo e pós-colonialismo em português (CPCP).