METAMORFOSE DO FAUSTO: uma leitura esotérica do Fausto de Fernando Pessoa

O mito de Fausto, na versão goethiana e nas transposições musicais de Gounod, se fez presente em Portugal durante toda a segunda metade do século XIX. Na síntese proposta por Fernando Pessoa, cristalizou-se uma matéria textual pulsante, mesmo num pensamento de negação que envolve a sua trama. Como discurso esotérico pouco visitado pela crítica, o Fausto pessoano contém uma chave de leitura que se propõe à decifração ulterior da obra poética, quer internamente, quer em relação intratextual com a obra de seus heterônimos.

Piero Ceccucci é docente de Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade de Florença. Ao longo de mais de 40 anos de atividade, promoveu a difusão das culturas lusófonas na Itália. Publicou mais de 110 obras, entre as quais destacam-se as traduções de O livro do desassossego (2006) e O mundo que não vejo (2009), de F. Pessoa, além de O livro de Cesário Verde (1982).