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Docente do programa
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Maria Silva Prado Lessa
Professor doutoral da área de Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo e investigador colaborador do CLEPUL - Centro de Literações e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa, trabalhando no projeto "Contextos críticos e editoriais do modernismo e surrealismo português". Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014), é Mestre (2017) e Doutor (2021) em Literatura Portuguesa pela mesma instituição, com estágio de investigação na Universidade do Porto, tendo beneficiado de bolsas de investigação do CNPq, CAPES e FAPERJ. Realizou um estágio de pós-doutorado no Curso de Pós-Graduação em Letras Vernaculares da UFRJ, para o qual desenvolveu trabalho voltado ao ensino de leitura poética no período pós-pandemia. Desde 2018 trabalha como professora de literatura portuguesa em cursos de licenciatura em Letras. A sua investigação é dedicada à poesia portuguesa moderna e contemporânea, privilegiando uma abordagem crítica inter- e transmidial e interdisciplinar, com ênfase no surrealismo e na obra de Mário Cesariny. Autor do livro Mário Cesariny: a obra ou a vida (2022), publicado pela Documenta e pela Fundação Cupertino de Miranda em Portugal, e organizador do livro O navio de espelhos: antologia poética de Mário Cesariny (2024), editado pelo Bazar do Tempo.
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2024 - Contextos críticos e editoriais atuais do modernismo e surrealismo portugueses
Descrição: Projecto coordenado por Rui Sousa, no âmbito do Centro de Literações e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa (CLEPUL), dirigido por Serafina Martins. Grupo 1: Literatura e Cultura Portuguesa (coord. Margarida Braga Neves).

2024 - Outros mundos da sensibilidade poética portuguesa
Descrição: O projeto é dedicado à análise de obras produzidas em Portugal desde a revolução da imagem por Cesário Verde e Camilo Pessanha e pelo sensacionismo de Orpheu até as poéticas contemporâneas. Utilizando a transmedialidade como operador crítico de análise (RAJEWSKY, 2018), trabalhamos com a manifestação dos temas da desumanização, da despersonalização e das figurações não-antropomórficas do autor e/ou do sujeito por diferentes media. Partindo das noções de autoria, autorretrato e de eu lírico, serão analisadas obras de artistas portugueses que tensionem o paradigma romântico da poesia lírica e da produção artística como reflexos e representações de um sujeito identificado tanto quanto possível com a figura do autor empírico e que, no campo da poesia, deem continuidade à ruptura dos horizontes de leitura e de recepção da poesia lírica como confissão sentimental do poeta. A tradição moderna portuguesa será analisada, assim, a partir das dinâmicas de despersonalização trazidas ao centro das obras e dos respectivos horizontes de recepção. A pesquisa privilegia a seleção de obras que proponham figurações múltiplas e não-antropomórficas do sujeito poético e da figura do criador, com a análise dos impactos dessa multiplicidade na expressão da sensibilidade e na sua estrutura, bem como das potencialidades políticas desse desvio. As figurações não-humanas do sujeito abrem caminho para uma investigação do bestiário da literatura e da arte portuguesa do último século e meio, povoado por máquinas líricas, polvos, aranhas e outros seres encontrados na posição de sujeito ou protagonistas das obras. Ao mesmo tempo, elas iluminam uma outra tradição da cultura portuguesa, habitada, desde a Idade Média, por seres cuja humanidade é repetidamente posta à prova.As bases teórico-críticas da pesquisa encontram-se (1) nos estudos do Surrealismo mundial e português, por sua aposta sem concessões à potência política da imaginação, como os de Guy Girard, Michael Löwy e de Mário Cesariny e António Maria Lisboa, (2) naqueles dedicados ao problema de intencionalidade na poesia, como os de Henri Meschonnic, Paul De Man e Marcos Siscar, (4) nos estudos sobre relações interartes, de intermedialidade e de transmedialidade de Irina Rajewsky e de Claus Clüver e (5) nas investigações do campo da antropologia e da filosofia da ciência, nomeadamente, as de Bruno Latour, de Eduardo Viveiros de Castro, de Philippe Descola, de Nastassja Martin, de Vinciane Despret, de Donna Haraway, de Ailton Krenak, de Davi Kopenawa e de Hanna Limulja.

